[SPOILERS] “Hey ya. Hey ya. Hey ya. Hey ya/ You think you got it / Oh you think you got it / But got it just don’t get it / Till there’s nothing at all. ”
Se há algo de que vamos todos ter saudades quando esta série terminar, é de Sam Lloyd e do seu magnífico Ted. Ao longo das temporadas, Ted tem sido uma das melhores personagens da série, e as suas intervenções musicais, com ou sem a ajuda da sua banda, algo que permanece na memória mesmo depois de terminado o episódio. Se o altar das melhores canções de Ted já se encontrava bem recheado, esta versão de “Hey Ya”, tocada durante o casamento e reconciliações finais, entra directamente para o rol das favoritas.
Nunca descurando o humor, este episódio foi mais sóbrio, mais sentido e também mais interessante. O casamento do Janitor (Neil Flynn) e de Lady (Kit Pongetti), como não podia deixar de ser, teve os seus momentos de humor – a participação especial de Bill Lawrence como o pior juiz de paz da história dos casamentos da televisão, os noivos a obrigarem os convidados a assistirem à cerimónia de pé enquanto eles se sentavam confortavelmente nos seus bancos, o high-five supersónico de Todd (Robert Maschio) que nos impediu de, passados oito anos, descobrir o verdadeiro nome do Janitor, mas conseguiu, ao mesmo tempo, ser tocante, celebrando uma série que sempre tentou ser uma comédia com coração. Os votos do noivo foram, de igual forma, sentidos e peculiares, tal como esta série, e nem mesmo o facto de a reconciliação dos vários casais ser mais do que previsível, fez com que deixasse de ser menos terna.
Apercebendo-se que ser casado é aceitar as particularidades do seu parceiro, para bem e para mal, Carla (Judy Reyes) deixa finalmente o seu papel de mãe a tempo inteiro e vai ter com Turk (Donald Faison) à praia, para um muito adiado final de tarde a dois. Para Jordan (Christa Miller), a admissão que ama o ex-marido Perry (John C. McGinley) foi certamente difícil, mas nada que nos surpreendesse a nós, espectadores, que acompanhámos a evolução da relação desde o seu reinício. Já J.D. (Zach Braff) consegue finalmente apaziguar a namorada com o momento que, há muito, esta aguardava. Embora Elliot (Sarah Chalke) tenha sido bastante irritante ao longo dos dois episódios, e a admissão de J.D., de que ama Elliot mais do que Turk, pareça algo forçada (pois todos nós sabemos que paixões vão e vêm, mas que as grandes histórias de amor como a destes dois amigos são para sempre), o momento consegue ser marcante.
Sem se revelarem os melhores episódios da série, esta visita às Bahamas não deixa de ser um momento importante para a série como um todo. Mais do que o culminar da história destas personagens, o que acaba por transparecer no episódio é um certo sentimento de melancolia de todo o elenco pelo desfecho desta viagem de oito anos. Mais do que o celebrar da paixão das várias personagens, a viagem às Bahamas foi a melhor forma de fazer as últimas despedidas e começar a preparar o futuro.
[starrater]